Memórias de um sargento de milícias
Manuel Antônio de Almeida
resumo
I - Origem, nascimento e batizado.
O romance se inicia com a frase “Era no tempo do rei”, que situa a narrativa no século XIX, no Rio de Janeiro. Narra a vinda de Leonardo-Pataca para o Brasil. Ainda no navio, namora uma patrícia, Maria da Hortaliça, saloia portuguesa. Desse namoro resultou o casamento e “sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem deixar o peito”. Esse menino é o Leonardo, futuro “sargento de milícias” e o “herói” do livro. O capítulo termina com o batizado do garoto, tendo a parteira por madrinha e o barbeiro por padrinho, personagens importantes da história.
II - Primeiros infortúnios.
Leonardo-Pataca descobre que Maria da Hortaliça, sua mulher, o trai com vários homens; dá-lhe uma surra e ela foge com um capitão de navio para Portugal. O filho, com sete anos, depois de levar um pontapé no traseiro, é abandonado e o padrinho se encarrega de criá-lo.
III - Despedida às travessuras.
O padrinho, já velho, e sem ter a quem destinar sua afeição, dedica-se ao garoto, concentrando todos os seus esforços no futuro de Leonardo e desculpando todas as suas travessuras. Depois de muito pensar, resolve que o afilhado será padre.
IV - Fortuna.
Leonardo-Pataca apaixona-se por uma cigana que também o abandona. Para atraí-la novamente, recorre às feitiçarias de um caboclo velho e imundo que morava num mangue. Na última prova, à noite, quando estava nu e coberto com o manto do caboclo, aparece o Major Vidigal.
V - O Vidigal.
Este capítulo descreve o Major - “um homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão; tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos, e a voz descansada e adocicada”. Era a polícia e a justiça da época, na cidade. Depois de obrigar todos que se achavam na casa do caboclo a dançar, até não aguentarem mais, chicoteia-os e leva Leonardo para a “Casa da Guarda”, espécie de depósito de presos. Depois de visto pelos curiosos, é transferido para a cadeia.
VI - Primeira noite fora de casa.
Leonardo filho vai acompanhar uma “Via Sacra” de rua, muito comum naquela época, e se junta a dois meninos ciganos. Acaba passando a noite no acampamento. Descreve-se a festa e a dança do fado. De manhã, Leonardo pede para voltar para casa.
VII - A Comadre.
A parteira é madrinha de Leonardo, por isso é comadre de Leonardo-Pataca - “uma mulher baixa, excessivamente gorda, bonachona, ingênua ou tola até certo ponto, e finória até outro; vivia do ofício de parteira, que adotara por curiosidade e benzia de quebranto”. Gosta de ir à missa e ouvir o cochicho das beatas. Vê a vizinha do barbeiro e logo quer saber do que é que ela está falando. Fica sabendo das traições e do retorno da Maria da Hortaliça para Portugal, da prisão do Leonardo-Pataca e das diabruras do Leonardinho. Visita o barbeiro, o padrinho, e se inteira dos fatos.
VIII - O Pátio dos Bichos.
Assim era chamada a sala onde ficam os velhos oficiais a serviço de El-Rei, esperando qualquer ordem. No meio deles, está um Tenente-Coronel a quem a Comadre pede para interceder junto a El-Rei a fim de soltar Leonardo-Pataca. O Tenente-Coronel aceita a incumbência.
IX - O arranjei-me do Compadre.
O autor conta-nos como o barbeiro conseguiu arranjar-se na vida, apesar de sua profissão pouco rentável: improvisa-se de médico, ou melhor, “sangrador”, a bordo de um navio negreiro. O Capitão, moribundo, entrega-lhe todas as economias para que as leve a sua filha (do Capitão). Quando chega a terra, o compadre fica com a herança; nunca procura a herdeira.
X - Explicações.
O Tenente-Coronel interessara-se pelo Leonardo-Pataca porque, de certa forma, ele o havia livrado de certa obrigação. O filho do Tenente-Coronel, um desmiolado, havia desvirginado, ainda em Portugal, a tal Mariazinha, a Maria da Hortaliça, a mãe de Leonardo. Por isso empenha-se e, por meio de outro amigo, consegue que El-Rei solte Leonardo-Pataca.
XI - Progresso e atraso.
Este capítulo é dedicado às dificuldades que o padrinho encontra para ensinar as primeiras letras ao afilhado e se livrar das implicâncias da vizinha. A seguir vem um bate-boca entre os dois, com o menino arremedando a velha, e com grande satisfação para o barbeiro, que se julga “vingado”.
XII - Entrada para a escola.
É uma descrição das escolas da época. Aborda a importância da palmatória e nos conta como o novo e endiabrado aluno leva bolos já no primeiro dia de aula, de manhã e à tarde.
XIII - Mudança de vida.
Depois de muito esforço e paciência, o padrinho convence ao afilhado de voltar para a escola, mas ele foge habitualmente e faz amizade com o coroinha da Igreja. Pede ao padrinho, e este acede, para também ser coroinha. Entende assim o barbeiro que é meio caminho andado para se tomar padre. Como coroinha, aproveita-se dessa função para jogar fumaça de incenso na cara da vizinha e derramar-lhe cera na mantilha.
XIV - Nova vingança e seu resultado.
Neste capítulo, aparece o “Padre Mestre de Cerimônias”, que, embora de um exterior austero, mantinha relações íntimas com a cigana, a mesma que abandonara Leonardo-Pataca e fora causa de sua prisão. No dia da festa da Igreja da Sé, o Mestre de Cerimônias prepara-se orgulhosamente para proferir seu sermão. O menino Leonardo, encarregado de avisar-lhe a hora do sermão, para descontar a bronca que levou do padre por conta da vizinha, informa-lhe que será às 10 horas, quando na verdade devia ser às 9. Um capuchinho italiano, para cooperar, e porque o pregador não chegava, começou a homilia. Depois de algum tempo, chega o Mestre, furioso, e corre para o púlpito também. Após um entrevero com o religioso, toma o lugar dele e continua o sermão. O resultado é a demissão do sacristão.
XV - Estralada.
Leonardo-Pataca, “não sabemos por que meio”, sabendo que o Mestre de Cerimônias é que lhe tirara a cigana e que este iria ao aniversário dela, contrata Chico-Juca para criar confusão na festa. Avisa antecipadamente o Major Vidigal, que prende todo mundo, inclusive o Padre, e os leva para a “Casa da Guarda”.
XVI - Sucesso do plano.
O Mestre de Cerimônias, com o escândalo, foi obrigado a deixar a cigana, que voltou para Leonardo-Pataca, que recebeu as censuras da Comadre.
XVII - D. Maria.
O capítulo é dedicado a D. Maria, “uma mulher velha, muito gorda; devia ter sido muito formosa no seu tempo, porém dessa formosura só lhe restaram o rosado das faces e a alvura dos dentes”; “tinha bom coração e era benfazeja, devota e amiga dos pobres, porém, em compensação destas virtudes, tinha um dos piores vícios daquele tempo e daqueles costumes; era a mania das demandas”. Em sua casa, estavam reunidos, por causa da “Procissão dos Ourives”, o Compadre e o menino, a Comadre e a vizinha. O assunto gira em tomo das peripécias do garoto, que aproveita a ocasião e pisa na saia da vizinha, rasgando-a. A seguir, todos discutem o futuro do rapaz. Depois de cada um dar o palpite, D. Maria sugere que ele seja “Procurador de Causas”.
XVIII - Amores.
Leonardo não corresponde a nenhum dos desejos do padrinho: não vai para Coimbra, não se faz padre, não trabalha em cartório algum e não vai para a Conceição. Torna-se um vadio. Um vadio comum, que simplesmente não pensa em nada, vai-se deixando levar pelos acontecimentos sem tirar proveito pessoal de nenhum. Enquanto isso, Leonardo-Pataca, “pilhando a cigana em nova infidelidade”, acaba se casando com a filha da Comadre. Por sua vez, D. Maria ganha a demanda para ser tutora de uma sobrinha órfã e começa a receber a visita frequente do Compadre com o afilhado. A sobrinha de D. Maria era já bem desenvolvida, mas muito desajeitada: tinha perdido a graça da menina e não adquirira ainda a beleza da moça. Leonardo sai rindo dela, mas não a esquece jamais.
XIX - Domingos do Espírito Santo.
Na “Festa do Divino”, o Compadre vai com D. Maria e Leonardo ao Campo para ver o fogo. Leonardo começa a apaixonar-se pela sobrinha de D. Maria.
XX - O fogo no campo.
Terminada a “Festa do Divino” com foguetes e fogos de artifício, Leonardo e Luisinha, sobrinha de D. Maria, tornam-se íntimos.
XXI - Contrariedades.
Luisinha volta ao seu silêncio interior e um novo personagem aparece: é o José Manuel. Muito experiente na vida, passa a cortejar D. Maria, mas interessado na sobrinha e principalmente na herança dela.
XXII - Aliança.
O Padrinho e a Comadre aliam-se num só plano contra José Manuel.
XXIII - Declaração.
Numa cena ridícula, todo desajeitado, depois de muitas tentativas e retrocessos, Leonardo consegue declarar-se a Luisinha.
XXIV - A Comadre em exercício.
Aqui, o autor narra o nascimento da filha de Leonardo-Pataca e de Chiquinha. A Comadre faz o parto e o autor aproveita para fazer interessante descrição dos costumes da época.
XXV - Trama.
A Comadre, numa aliança com o sobrinho e o Compadre contra José Manuel, inventa para D. Maria que este fora o raptor da moça na porta da Igreja, no Oratório de Pedra (um caso policial da época).
XXVI - Derrota.
D. Maria fica indignada e rompe relações com José Manuel, que se põe em campo para saber quem é seu adversário e quem tinha feito a intriga perante D. Maria.
XXVII - O Mestre de Reza.
Os mestres de reza da época eram geralmente velhos e cegos que ensinavam às crianças as primeiras rezas e o catecismo. Faziam-no à base da palmatória. O Mestre de Reza encarrega-se de descobrir, para José Manuel, quem era o intrigante.
XXVIII - Transtorno.
O Compadre morre e deixa Leonardo como seu herdeiro. Segue-se a cerimônia de luto e o enterro. Leonardo-Pataca fica com a guarda da herança do filho, que vem morar em sua casa. A Comadre, que também se transfere para a casa da filha e de Leonardo-Pataca, faz agora as vezes do Compadre. Leonardo não se entende com a madrasta, a Chiquinha.
XXIX - Pior transtorno.
Leonardo, ao voltar da casa de Luisinha, aborrecido por não a ter visto, briga com Chiquinha. O pai intervém com a espada em punho e Leonardo foge de casa. A Comadre censura os dois e vai procurar o afilhado, enquanto os vizinhos comentam as ocorrências.
XXX - Remédio dos males.
Ao fugir de casa, Leonardo encontra um antigo colega, o Sacristão da Sé, num piquenique em companhia de moças e rapazes. O amigo o convida para se divertir com o grupo; ele aceita e se enche de amores por Vidinha, cantora de modinhas, que tocava viola. “Vidinha era uma mulatinha de dezoito a vinte anos, de altura regular, ombros largos, peito alteado, cintura fina e pés pequeninos; tinha os olhos muito pretos e muito vivos, os lábios grossos e úmidos, os dentes alvíssimos. A fala era um pouco descansada, doce e afinada”. O amigo de Leonardo é namorado de uma das duas irmãs de Vidinha.
XXXI - Novos amores.
Este capítulo faz a descrição da nova família que acolhe Leonardo. Era composta de duas irmãs viúvas, uma com três filhos e a outra com três filhas. Passavam dos quarenta anos e eram muito gordas e parecidas. Os três filhos da primeira tinham mais de 20 anos e eram empregados no trem. As moças, mais ou menos da idade dos rapazes, eram bonitas, cada uma a seu modo. Uma delas era Vidinha, pela qual dois dos três irmãos estavam interessados.
XXXII - José Manuel triunfa.
A Comadre procurou Leonardo por toda parte e, não o encontrando, foi à casa de D. Maria, que a repreendeu por “ter cometido um grande...” Ela logo entendeu e percebeu que José Manuel estava regenerado aos olhos de D. Maria; e também chegou à conclusão de que o cego Mestre de Reza é que tinha desvendado a trama. A Comadre desculpa-se e toma conhecimento do interesse de José Manuel por Luisinha.
XXXIII - O agregado.
Leonardo fica agregado à nova família, como era costume naquela época. Dois irmãos pretendentes a Vidinha unem-se contra Leonardo, que estava gostando dela. Vidinha e as Velhas tomam o partido de Leonardo. Houve briga e confusões. Leonardo decide sair da casa, mas as velhas não consentem. Chega a Comadre.
XXXIV - Malsinação.
Depois de conferências entre as velhas e a Comadre, Leonardo fica, para alegria de Vidinha. Os primos vencidos combinam um modo de vingarem-se. Fizeram uma patuscada semelhante à que haviam feito quando conheceram Leonardo e avisaram o Major Vidigal. Este chega ao meio da farra e prende Leonardo.
XXXV - Triunfo completo de José Manuel.
José Manuel ganha uma causa forense para D. Maria e, com isso, consegue o consentimento para casar-se com Luisinha, que Leonardo já havia esquecido; ela aceita com indiferença o novo pretendente. Há festa e casamento em carruagens - “destroços da arca de Noé”.
XXXVI - Escápula.
A caminho da prisão, Leonardo procura um jeito de fugir. O Major adivinha o pensamento do moço e presta atenção a todos os seus movimentos. Entretanto, na hora em que surge um pequeno tumulto na rua e o Major desvia a atenção do prisioneiro, Leonardo escapa e vai para a casa de Vidinha. O Major, pasmado com o acontecido, procura-o por toda parte, com os granadeiros.
XXXVII - O Vidigal desapontado.
Vidigal, com o orgulho ferido, sobretudo devido às zombarias do povo, jurou vingar-se. A Comadre, entretanto, que não sabia da fuga, procura o Major e, ajoelhada a seus pés, chora e suplica pelo afilhado. Os granadeiros riam dela cada vez que gritava - solte, solte!
XXXVIII - Caldo entornado.
Tendo sabido da fuga de Leonardo, a Comadre dirigiu-se à casa das velhas e pregou um sermão ao afilhado, concitando-o a que abandonasse a vadiagem e procurasse um emprego. Ela mesma consegue para ele uma ocupação na “Ucharia Real”. O Major não gostou disso porque assim não poderia prendê-lo. Na ucharia (despensa, lugar onde se guardam mantimentos), morava Toma-Largura, assim chamado pela sua estampa grotesca, em companhia de uma mulher bonita. Leonardo começa a demorar cada vez mais no trabalho e a esquecer Vidinha. Um dia, Toma-Largura surpreendeu-o tomando sopa com sua mulher e corre atrás dele escorraçando-o de casa. No dia seguinte, Leonardo é despedido do emprego.
XXXIX - Ciúmes.
Vidinha, extremamente ciumenta, quando soube do acontecido, foi tomar satisfação com a mulher do Toma-Largura, depois de gritar, chorar e ameaçar. Leonardo vai atrás e se encontra com o Major Vidigal, que o prende.
XL - Fogo de palha.
Vidinha começa a xingar Toma-Largura e a mulher. Como não houvesse reação dos dois, ficou desconcertada, tomou a mantilha e saiu. Toma-Largura, encantado com Vidinha, resolveu conquistar nem que fosse uma diminuta parcela de seu amor, porque assim se vingaria de Leonardo e satisfaria seu desejo de conquista amorosa. Desse modo, acompanhou a moça para saber onde ela morava.
XLI - Represálias.
Quando Vidinha chegou a casa, deram também por falta de Leonardo. Mandam-no procurar por toda parte e nada. Suspeitam do Major, mas não o encontram na Casa da Guarda. A Comadre, avisada, põe-se em campo à procura do afilhado, mas também não o encontra. A família que hospedava Leonardo começou a odiá-lo, julgando que ele se havia ocultado propositalmente. Enquanto isso, o Toma-Largura começa a rodear a casa de Vidinha para cumprimentá-la. Mal imagina ele o que lhes estão preparando. Recebido em casa, resolvem comemorar a aproximação com uma patuscada nos “Cajueiros”, no mesmo lugar onde Leonardo conhecera a família. E claro que o Toma-Largura lá estava. E como gosta de beber, acabou provocando uma grande confusão na festa. Inesperadamente chega o Vidigal com um grupo de granadeiros e dá ordem a um deles para levar o Toma-Largura preso. Este granadeiro era Leonardo.
XLII - O granadeiro.
Depois de preso, o Toma-Largura foi abandonado na calçada porque estava completamente bêbado e sem condições de andar. A seguir, o autor conta como Leonardo fora transformado em granadeiro: depois de preso foi escondido por Vidigal e levado para sentar praça no Regimento Novo. A seguir, foi requisitado para ajudar o Major nas tarefas policiais. Era a maneira de o Vidigal se vingar. Leonardo mostrou-se bom de serviço, mas participou de uma “diabrura” quando, em missão, representou Vidigal, defunto, numa cena para ridicularizá-lo.
XLIII - Novas diabruras.
O Major decide prender Teotônio, um grande animador de festas, onde tocava e cantava modinhas e mostrava outras habilidades, como banqueiro de jogo. Teotônio, na festa de batizado do filho de Leonardo-Pataca com a filha da Comadre, fez caretas e mímicas imitando o Major, que estava presente, para risada geral do público. O Major sai correndo e incumbe Leonardo de prender Teotônio. Leonardo, muito bem recebido na casa, revela a missão de que estava incumbido e, de comum acordo com Teotônio, concebe um plano para lograr o Major.
XLIV - Descoberta.
Leonardo foi cumprimentado por um amigo indiscreto, na frente do Major, pela façanha, e este o prende imediatamente. Enquanto isso, o José Manuel, depois da lua de mel com Luisinha, começou a mostrar que não era lá grande coisa. Isso fez com que D. Maria se aliasse à Comadre para soltar Leonardo.
XLV - Empenhos.
Depois de uma tentativa frustrada junto ao Major, a Comadre pede os préstimos de D. Maria que, por sua vez, recorre a Maria Regalada. Chamava-se assim por ser muito alegre, ria-se de tudo. Morava na Prainha, e, quando mais nova, era uma “mocetona de truz”. Já era conhecida do Major, com quem há tempos tivera encontros amorosos.
XLVI - As três em comissão.
As três vão ao Major pedir para soltar Leonardo. Ele mostra-se inicialmente inflexível como o cargo e o lugar exigiam. Como as três rompessem em prantos, ele não se contém e chora também, feito criança. Depois se recompõe e fica novamente durão. Entretanto, Maria Regalada cochicha-lhe qualquer coisa ao ouvido, e ele logo promete não somente soltar Leonardo como alguma coisa mais.
XLVII - A morte é juiz.
José Manuel, com a ação que lhe moveu a sogra, tem um ataque de apoplexia e morre. Leonardo, libertado, chega à noitinha e a primeira coisa que faz é procurar Luisinha. A admiração de um pelo outro é recíproca.
XLVIII - Conclusão feliz.
Depois do luto, Leonardo e Luisinha recomeçam o namoro. Os dois querem casar-se, mas há uma dificuldade: Leonardo era soldado, e soldado não podia se casar. Levam o problema ao Major, que vivia com Maria Regalada. Esse fora o preço pela soltura do Leonardo. Por influência da mulher, o Vidigal logo arranja um jeito: dá baixa em Leonardo como tropa de linha e o nomeia “Sargento de Milícias”. Leonardo pai entrega ao filho a herança que lhe deixara o padrinho barbeiro. Leonardo e Luisinha casam-se. E agora aparece “o reverso da medalha”: “Seguiu-se a morte de D. Maria, a do Leonardo-Pataca, e uma enfiada de acontecimentos tristes que pouparemos aos leitores, fazendo aqui ponto final”.