TIL

José de Alencar

resumo

PERSONAGENS
 
1ª Geração:
Afonso Galvão (Pai de Luís Galvão; fundador da Fazenda das Palmas)
Guedes (pai de Besita)
 
2ª Geração:
Besita (esposa de Ribeiro; mãe de Berta)
Ermelinda (Esposa de Luís Galvão)
Fausta (escrava de Nhá Tudinha)
Jão Fera (O pai de Luís Galvão o encontrou abandonado na entrada da fazenda e o criou)
Luís Galvão (Pai de Berta, com Besita; de Afonso e Linda, com Ermelinda)
Nhá Tudinha (viúva; Mãe de Miguel; criou Berta)
Ribeiro (Barroso; marido de Besita)
Zana (escrava, mucama de Besita)
 
3ª Geração:
Afonso (filho de Luís Galvão com Ermelinda; irmão gêmeo de Linda)
Berta (Til; filha de Luís Galvão com Besita)
Brás (órfão de pai e mãe; sobrinho de Luís Galvão; primo de Afonso, Linda e Berta)
Linda (filha de Luís Galvão com Ermelinda; irmã gêmea de Afonso)
Miguel (filho de Nhá Tudinha; afilhado de Luís Galvão)
 
OUTROS PERSONAGENS
Chico Tinguá (vendeiro)
Domingão (professor de “primeiras letras”, em Santa Bárbara)
Fausta (escrava de Nhá Tudinha)
Faustino (pajem de Luís Galvão)
Filipe (matador contratado pelo campinense Aguiar para dar fim a Jão Fera)
Gonçalo Pinta (jagunço que inveja a fama de Jão Fera)
Mandu (camarada de Luís Galvão)           
Nhanica (esposa de Chico Tinguá)
Pai Quicé (escravo inválido de Luís Galvão, um dos favoritos de Berta)
 
 
Como Berta passou a se chamar Til?
 
   Berta tomou para si a tarefa de alfabetizar Brás. O menino, no entanto, tinha sérias dificuldades para compreender e expressar suas compreensões e, por isso, era castigado frequentemente na escola, pelo professor Domingão. Berta percebeu que Brás conseguia memorizar um substantivo e até pronunciá-lo se esse substantivo estivesse ligado a uma imagem mais ampla, mais complexa.
    Por exemplo: Brás era capaz de guardar o nome de uma pessoa e usá-lo porque uma pessoa tem imagem, som, cheiro; mas não conseguia guardar o nome de uma letra porque uma letra é uma coisa mínima, “que não tem onde se lhe pegue”.
    Berta, então, passou a associar as letras a pessoas ou animais ou objetos. Começou dando a si mesma o nome “til”, o nome do sinal de nasalização que impressionava Brás, com suas curvas. O sinal associado a Berta ganhou identidade (imagem, som, cheiro) e, então, pôde ser memorizado e pronunciado por Brás.


PRIMEIRO VOLUME

Capítulo I – Capanga

   Miguel e Berta (a Til, a Inhá) passeiam arcadicamente pelo bosque, quando são surpreendidos com a aparição de Jão Fera (o Jão Bugre), um matador de aluguel. Miguel aponta-lhe a espingarda; Jão Fera o desafia: “Atire!”. Miguel abaixa a arma. O capanga diz que o rapaz lhe teria feito um favor, se atirasse: “Esta vida me cansa!”. Miguel não se comove com a angústia do assassino, provoca: “Está com saudade da forca?”. Jão Fera avança contra o rapaz.
 
 
Capítulo II – Na tronqueira

   Til se põe entre Miguel e Jão Fera: “Vai embora!”. O respeito pela moça é maior que o instinto matador de Jão Fera. Ela insiste firmemente: “Vá!”. Jão Fera abaixa a cabeça e se retira. Miguel não consegue entender a força de Berta sobre o capanga. Despede-se da menina, decepcionado: o rapaz não vê no semblante da adolescente que se balança na porteira a imagem da mulher que ele quer para si.
 
 
Capítulo III – Ela
 
   O narrador descreve Til como uma pessoa ardilosa com aparência ingênua e inocente. Miguel e Berta caminham em direção à Fazenda das Palmas, onde mora Linda, mas Miguel desiste por ciúme de Til com Afonso. Vai se a menina lá não brincar com Afonso. A menina não promete isso, mas reafirma que gosta tanto de um quanto de outro. E insiste para que Miguel vá com ela até a fazenda. O rapaz não cede. A moça vai sozinha.
 
 
Capítulo IV – Monjolo
 
   Neste capítulo, temos local e data dos acontecimentos. No vale das tartarugas, em 1846. “Cerca de uma légua abaixo da confluência do [rio] Atibaia com o [rio] Piracicaba, e à margem deste último rio, estava situada a fazenda das Palmas.”
   Monjolo traz informações de Faustino para Barroso a respeito de Luís Galvão. Informa que o pai de Afonso e Linda sairá da Fazenda para a Vila, ainda pela manhã, com um pajem e um capanga.
 
MONJOLO – Nome dado outrora aos negros escravos de certa nação africana. (Aulete)
MONJOLO – Negro brasileiro empregado como escravo na agricultura colonial. (Houaiss)


Capítulo V – A tocaia

   Depois que desaparece de Miguel e Berta, Jão Fera não se afasta. Prossegue observando a menina pelas frestas do mato. Quando Til se senta na porteira e percebe a presença do capanga, ele se enfia na floresta. Na Ave-Maria, encostado ao tronco de uma árvore, Jão Fera repassa na memória a história que o atormenta. Sua angústia é interrompida pelo barulho de um cavaleiro em velocidade. Sobe até o topo de um rochedo e avista Barroso, na estrada. Espera no meio da mata o cavaleiro que vem receoso, olhando aos lados. Uma cobra assusta o cavalo, que empina e arremessa o cavaleiro aos pés de Jão Fera.


Capítulo VI – O empenho

   Jão Fera recebera 20 patacões de Barroso para matar Luís Galvão. Gastara o dinheiro. Tentou juntar a mesma quantia para devolvê-la a Barroso e se livrar do compromisso. Não conseguiu juntar o dinheiro, então oferece o pouco que tem, mais o empenho de sua palavra para desfazer o trato. Barroso não aceita a proposta. Sem opções, Jão Fera reafirma o compromisso: “Vá descansado; hoje ficamos quites”.
 
 
Capítulo VII – O marmanjo
 
   Apresentam-se os moradores da Fazenda das Palmas: Luís Galvão, Ermelinda, Afonso, Linda, Brás, Rosa, Faustino, Monjolo e Florência. Dona Ermelinda despreza o menino Brás, que sofre deficiência mental e traz consigo seus maus modos. Rosa o repreende: “Marmanjo deste tamanho não sabe comer na mesa”.
 
 
Capítulo VIII – Pressentimento
 
   Luís Galvão prepara-se para viajar a Campinas. Dona Ermelinda mostra-se preocupada com as notícias de emboscadas – “sinto hoje um desassossego, um aperto de coração”. O marido argumenta que não tem inimigos com quem se preocupar, mas a filha intercede por Dona Ermelinda: “Sim, papai, fique! Dê esse gosto a mamãe!”.


Capítulo IX – As amostras

   Para que a filha não fique sem os presentes que o pai prometera trazer de Campinas, D. Ermelinda pede ao marido que não adie a viagem.
   Luís Galvão se despede acompanhado do camarada Mandu. D. Ermelinda sugere aos filhos que passeiem pela fazenda antes do almoço. A esposa mal se recolhe, Luís Galvão volta para casa. Diz que esquecera “as amostras da Linda com a lista das encomendas”. Na verdade, viera buscar um “papel” que escondera de D. Ermelinda no escritório. Despede-se novamente e desaparece na estrada.


Capítulo X – Os gêmeos
 
   Os irmãos Afonso e Linda saem a passeio em direção à casa de Miguel e Berta. Afonso está ansioso para ver Til e Linda para estar com Miguel. O narrador descreve a beleza bucólica de Linda e ressalta quanto é parecida com o irmão: “Pareciam-se como gêmeos e gêmeos tinham nascido”. Lembra a ocasião em que Afonso se vestiu de mulher, enganou Berta e ganhou dela os beijos que seriam para a irmã.


Capítulo XI – No tanquinho
 
   O tanquinho é um “bonito lago formado pela represa de um ribeirão”. À margem do tanquinho, havia uma figueira onde se encontravam costumeiramente Afonso, Berta, Miguel e Linda. Nessa vez, Afonso e Linda chegaram primeiro, não encontraram Miguel e Berta, e não sabiam se ainda não vieram ou se já foram embora. Afonso assoviou para saber se estavam próximos. Berta ouviu o assovio e correu ansiosa ao encontro dos irmãos. Miguel não apressou o passo porque ficou enciumado com a ansiedade de Berta após o assovio de Afonso.
   Um grito soou no mato: – Til!... Til!... Til!... Oh! Til!...


Capítulo XII – Idílios

   Os donos da fazenda e pais de Afonso e Linda não sabiam dos encontros diários à sombra da figueira, à margem do tanquinho. Luís Galvão e Ermelinda já os teriam proibido se soubessem dos amores que ali se cultivavam. Berta e Miguel eram pobres, os jovens pertenciam a classes sociais distantes.
   Linda estava apaixonada por Miguel, que adorava Berta, que não amava ninguém. Nem se deixava seduzir por Afonso que a queria tanto quanto Miguel.


Capítulo XIII – Susto
 
   Linda pergunta a Miguel se deseja se formar. Miguel responde que “para viver lá em São Paulo e lá estudar é preciso dinheiro, e esse me falta”.
   Depois de ouvir o grito que vem do mato, Berta sobe uma encosta e de lá avista Luís Galvão próximo à ponte. A filha do fazendeiro observa que já devia estar longe. Miguel a acalma dizendo que podia ter esquecido alguma coisa.
   O mesmo grito soa no mato novamente: – Til!... Til!... Til!...
   Berta desaparece.


Capítulo XIV – A vespa
 
   Linda revela que seu pai viajava contra a vontade de sua mãe, que temia emboscadas. Berta lembra-se de ter visto Jão Fera. E das palavras de Miguel a respeito do capanga: “Onde se encontra Jão Fera, ou houve morte ou não tarda”. Til conclui que Jão Fera está de tocaia para Luís Galvão e se enfia mata adentro em direção a Ave Maria. No alto da garganta, Berta avista o capanga. No momento em que ele inicia o bote contra o fazendeiro, Berta o segura pelos cabelos.
   O narrador compara Berta a uma vespa quando a menina segura Jão Bugre pelos cabelos: “O capanga voltou-se rápido e feroz como o tigre picado pela vespa”.


Capítulo XV – O relicário.
 
   Jão Fera confessa a Berta que seu ofício é matar, que mata por dinheiro. Berta diz que entende uma fera que mata para se livrar da fome, mas não entende um homem que é capaz de matar o filho de quem o criou, por dinheiro. O capanga argumenta que está livre dessa dívida. E que o pai de Luís Galvão o criou somente para não trazer a si a imagem do homem mau que abandona à morte uma criança ou ampliar a fama de homem bom. Berta pede para Jão Fera desfazer o compromisso. O capanga diz que não tem quarenta mil réis para devolver a quem o pagou. A menina arranca do pescoço o relicário que herdara de sua mãe e o oferece ao matador. Jão Bugre, quando percebe o relicário, sente-se martirizado e desaparece.


Capítulo XVI – A sura
 
   Berta mora com nhá Tudinha e Miguel numa casa de taipa (de pau com barro), “na entrada do vale, onde assenta a freguesia de Santa Bárbara”, a cem metros do Rio Piracicaba. A menina tem no quintal uma galinha sura que não tem pés: “lhos havia roído à noite os ratos”. Berta estima e protege essa galinha sura (que não tem cauda).


Capítulo XVII – Zana
 
   Til é quem sustenta Zana, a escrava que vira morrer Besita, mãe da menina. “Desde criança se habituara a passar aí algumas horas, de quando em vez; tornando-se moça vinha regularmente duas vezes por semana visitar a sua protegida e trazer-lhe o sustento”.
   A “preta velha” mora numa “casa em ruína. Já tinha desabado metade da parede do sótão e o telhado abatia aos poucos, rompendo os caibros podres”.
   Perto dessa casa vive um burro que Berta curara de “uma foiçada que lhe vazaram o olho esquerdo, levando-lhe boa parte da cabeça”.


Capítulo XVIII – A visão
 
   Berta suspeita de um mistério nos movimentos ordenados de Zana. Um acontecimento que se repetia na memória da escrava e a atormentava. A menina conhece bem o roteiro que Zana percorre com seus movimentos: a negra trabalha na cozinha, ouve alguém chamando no quarto, corre para acudir, ouve assustada algumas palavras, volta-se para a janela, procura alguém lá fora com os olhos, de repente se espanta, volta para a cama, estende os braços, pega certamente uma criança, leva-a até a cozinha, deixa a criança no chão e vai ao fogão para tirar dali alguma coisa que, depois de moída, espalha nas palmas das mãos para espalhar no corpo da criança. Sai da casa para o terreiro com a criança no colo entoando uma cantiga que Berta reconhece. O acontecimento se interrompe, Zana vaga “a passos trôpegos pela casa”, sem rumo e sem criança no colo, até que para bruscamente na porta do quarto e enfrenta uma imagem que lhe tira os sentidos. Afasta-se do quarto e tomba “ao chão, como uma pedra”.


Capítulo XIX – O desconhecido
 
   “Berta passava por enjeitada e ela o sabia, pois nunca lho ocultavam. Fora a mãe de Miguel, nhá Tudinha, quem a recolhera e criara com o maior desvelo. Na casa, porém, onde se achava emprestada e por comiseração, era ela a verdadeira senhora, pois que os donos se faziam cativos seus e porfiavam em adivinhar-lhe as vontades para satisfazê-las”.
   Barroso surge de dentro do mato para as ruínas. Pela janela, os dois se observam; ele “com uma expressão de profundo rancor”. Barroso diz “eu hei de saber” e se retira. A menina se refaz do susto e volta a se ocupar com a escrava, que fugira apavorada com a presença de Barroso.
   Zana se deixa cair no terreiro da cozinha. Brás aparece veloz e inesperadamente do mato e se arremessa contra o corpo da escrava. “Acocorando-se em cima do corpo inerte da louca, apertava-lhe ao pescoço as mãos crispadas, procurando esganá-la, enquanto com os pés e os joelhos malhava-lhe o ventre”. Berta grita o nome do rapaz para interromper a crueldade. Brás se interrompe e se mostra envergonhado diante da tristeza da menina. Suplica de joelhos o perdão, mas Berta lhe diz não. Essa contrariedade provoca no rapaz “uma convulsão medonha”. Berta corre até Brás e o acalma com carinhos.
   O desconhecido que dá nome ao capítulo é Barroso.


Capítulo XX – A pousada
 
   “Quem transitava pela estrada de Campinas, via, meia légua antes de Santa Bárbara, dois casebres unidos por uma espécie de rancho ou telheiro”: a pousada de nhô Chico e Nhanica.
   Nhô Gonçalo para na taverna de nhô Chico. Conversam sobre o destino do Bugre. Nhô Chico diz que estão no encalço do matador. Nhô Gonçalo não acredita no sucesso da busca porque ninguém sabe onde vive o Bugre.


Capítulo XXI – O bacorinho
 
   Chico Tinguá recebe em sua venda uns caçadores que, mais tarde se sabe, estão no encalço de Jão Fera, porque este matara um fazendeiro de Campinas, o Aguiar, do Limoeiro. O filho do fazendeiro oferece dois contos de réis a quem matar o Jão Bugre.
   O narrador revela a inveja que Gonçalo Pinta tem da fama de Jão Fera, apesar do favor que o matador lhe prestara quando o livrara de um soldado que o levava preso.
   Um bacorinho – leitão, filhote de porco – se enrosca nas pernas de Chico Tinguá, que está à porta da venda. O vendeiro enxota o bacorinho e logo em seguida sai atrás do animal, e desaparece.
 
 
Capítulo XXII – O trato
 
   Gonçalo Pinto espera Chico Tinguá se afastar para fechar negócio com Filipe: fica compromissado a informar o esconderijo de Jão Fera por duzentos mil réis.
   Barroso chega à venda procurando Tinguá. Nhanica informa que se marido fora à vila. Barroso amaldiçoa o vendeiro, mas não diz por quê. Revela a Gonçalo Pinto que Jão Fera não está cumprindo trato. Gonçalo se propõe então a fazer o serviço em lugar do jagunço. Os dois saem a cavalo, pela estrada, na mesma direção pela qual seguiram Filipe e sua turma.
 
 
Capítulo XXIII – Nhá Tudinha
 
   Fausta é uma “preta de meia idade”, escrava de Nhá Tudinha, que é mãe de Miguel, viúva de Eugênio de Figueiredo, compadre e amigo de Luís Galvão.
   Nhá Tudinha prepara biscoitos para a festa de São João, Berta a vem buscar para o almoço. Chama também Brás, que se recupera da convulsão que sofrera havia pouco tempo, na casa de Zana. A fascinação de Brás por Berta desconcentra o apetite do rapaz normalmente devorador.
 
 
Capítulo XXIV – A lição
 
   Berta exercita com Brás algumas lições de alfabetização e catequese: Salve Rainha; Ave Maria. O rapaz surpreende a menina com uma Salve Rainha sem tropeços. No fim da Ave Maria, porém, quando pede pelas pessoas a quem quer bem, Brás pede apenas por Berta, recusa-se a pedir pelas outras pessoas, que não o respeitam. A menina o ameaça: “Diga, senão não sou mais Til”. Brás cede e recita a prece completamente.
 
 
Capítulo XXV – O idiota
 
   Ressaltam-se as dificuldades de Berta para alfabetizar Brás. O rapaz só consegue alguns desenvolvimentos porque recebe em troca os carinhos da menina a quem adora.
   Brás era “filho de uma irmã de Luís Galvão, a qual falecera três anos antes, ralada pelos desgostos que lhe dera o marido, e pelo suplício incessante de ver reduzido ao lastimoso estado de um sandeu o único fruto de suas entranhas. Quando morreu, já era de muito viúva a infeliz senhora”.
   Luís Galvão o envia a Santa Bárbara, para uma “escola pública de primeiras letras”. O professor é um ex-ferrador, o Domingão, que era tão rigoroso e inflexível com seus alunos como antes era com suas ferraduras. Brás, então, apanhou muito desse professor, com réguas e palmatórias, pois só conseguia reconhecer, dentre todos os signos gramaticais, o til.
 
 
Capítulo XXVI – O abecê
 
   Berta ensina o abecedário a Brás.
   O menino via o til nas sobrancelhas da menina, nos lábios, nas conchinhas das orelhas. Berta, então, teve a ideia de tomar para si o nome Til.
   “- Não me chamo mais Berta; meu nome agora é Til”.
   “Assim, Berta foi engenhosamente agrupando [em torno do til, em torno de si] todas as letras do alfabeto, com os nomes das pessoas e objetos que a cercavam”. A de Afonso; B de Brás.
 
 
Capítulo XXVII – A cotia
 
   Miguel traz uma cotia para Berta. A menina fica feliz com a surpresa. Acaricia o bichinho com cuidado. Pede para Miguel fazer uma casinha para a cotia. E depressa, que pretende dá-la a Linda.
   Brás, que estava perto e esquecido pelos dois, desamarrou as patinhas do bichinho, que fugiu. Miguel desabafa que Brás não teria soltado a cotia se Berta tivesse dado mais valor ao presente. A menina argumenta que Linda gostaria muito do bichinho, ainda mais vindo do Miguel.
   O rapaz, contrariado, conclui: “É tempo de acabar com esse gracejo, Inhá. Além de minha mãe, eu lhe juro, que só a você quero bem; mas você não se importa comigo; portanto já sei o que devo fazer. Não hei de aborrecê-la mais”.
 
 
Capítulo XXVIII – A bolsa
 
   Brás prepara uma armadilha para pegar Jão Fera.
   O capanga está agoniado para juntar o dinheiro que quer devolver a Barroso para não matar Luís Galvão.
   Jão Fera encontra com Barroso na venda do Chico Tinguá. Diz que está arrependido; que não pretende matar Luís Galvão. Barroso reage com palavras ofensivas. Jão Fera o derruba e diz que não o mata porque lhe deve; e que até a festa de São João resolve isto e desempenha sua palavra.
   Quando está se retirando da propriedade do Tinguá, Jão Fera encontra no chão a bolsa com dinheiro do Barroso. O capanga pede para o vendeiro guardá-la ao dono.
   Na estrada, Jão Fera tem a oportunidade de pedir o dinheiro emprestado a um mascate, mas desiste da ideia, pois teme que o vendedor o tome por assaltante.
 
 
Capítulo XXIX – Desencargo
 
   Jão Fera já perdia as esperanças de arrumar o dinheiro para o Barroso, quando lhe apareceu Chico Tinguá com as notícias sobre os matadores que perseguiam o jagunço. Jão Fera mandou um recado para o fazendeiro Aguiar por meio de Chico. Que o fazendeiro desistisse de oferecer contos de réis a quem o matasse. Que lhe desse 50 mil réis e ele apareceria na fazenda do Aguiar na tarde que ele marcasse, depois das festas de São João.
   Logo em seguida, o jagunço foi para a casa de Nhá Tudinha. Lá encontrou Berta. Disse à menina que não mais mataria Luís Galvão. Berta ficou feliz. E permitiu que Jão Bugue beijasse o santinho que trazia no pescoço.
 
 
Capítulo XXX – Trama
 
   Na manhã do dia da festa de São João, Linda confidencia sua tristeza a Berta: ama Miguel, mas o rapaz deseja Til. Berta se desconcerta e diz que esse desejo é apenas ciúme de Linda.
   Barroso se encontra com Faustino e Monjolo para tramar o incêndio no canavial. Acertam o plano e os tratos e desaparecem. Brás ouviu toda a conversa do seu esconderijo subterrâneo e, apesar de sua estupidez, entendeu o perigo em que estava seu tio.
 
 
Capítulo XXXI – Pai Quicé
 
   Brás, depois que se apaixonou por Berta, passou a odiar todas as outras pessoas. Para se vingar de Linda, arremessa uma serpente, da jabuticabeira, pela janela, para a cama da moça.
   Pai Quicé avisa Berta que Gonçalo Pinta está para levar Filipe ao esconderijo de Jão Fera. O objetivo é matar o protetor da Til.
   Berta se dispõe a socorrer Jão Fera. Pergunta a Linda onde está seu chapéu. A menina responde que está sobre sua cama. Brás se apavora com que está por acontecer e cai da jabuticabeira.
 
 
SEGUNDO VOLUME
 
Capítulo I – O bugrezinho
 
   Besita perdera a mãe quando ainda era criança. Morava só com pai, o velho Guedes. Disse o narrador que, em 1826, Besita era a moça mais bonita que havia nas vizinhanças de Santa Bárbara.
   Jão Bugre apareceu na Fazenda dos Pilões, antiga fazenda de Afonso Galvão, com pouco mais de um ano, quando ainda nem falava. Apareceu sozinho, montado em cavalo sendero. O velho Galvão o acudiu. Cresceu em companhia de Luís Galvão, defendendo o patrãozinho em todas as enrascadas em que se metia, que eram muitas.
   Luís Galvão foi criado na Fazenda dos Pilões. Aos vinte anos, passando pela Fazenda Santa Bárbara, conheceu Besita e se apaixonou pela moça.